MUÇULMANA SE RECUSA A TIRAR VÉU EM PROVA E CASO VAI PARAR NA POLÍCIA
Ela fazia teste no ABC para renovar carteira de motorista. Detran diz que vai abrir processo para apurar os fatos.
Uma dona de casa acusa o Detran de impedi-la de terminar a prova de renovação da carteira de motorista. Ela é muçulmana e não quis retirar o véu que usava por motivos religiosos. O caso foi parar na polícia. Uma investigação foi aberta no 1º DP de São Bernardo do Campo, no ABC.
A avaliação já tinha começado no Centro de Formação de Condutores (CFC) quando Ahlan Saifi disse que uma funcionária a informou que ela só poderia continuar o teste se tirasse o véu. "Falaram que nenhum aluno pode entrar de boné, de gorro, com alguma coisa que não tenha como identificar."
Ela se recusou a tirar o acessório e explicou que isso é contra sua prática religiosa. "É um traje religioso, na verdade é o véu e a roupa por completo. É o hijab, que a mulher muçulmana tem que vestir", disse. Segundo ela, a prova foi bloqueada pelo Detran, que acompanha o teste pela câmera no computador. "Tive que levantar, pegar minhas coisas e sair. Deixei a prova pela metade."
A polícia já começou as investigações e vai chamar para depor as pessoas que trabalhavam no momento da prova. O Detran também será chamado a prestar esclarecimentos.
O Detran disse que Ahlam não pôde continuar a prova porque houve um problema no sistema de computadores da autoescola, que afetou todos os alunos que faziam o teste naquele momento. Mas informou que vai abrir um processo para apurar os fatos, entender o que houve e que pode tomar as medidas cabíveis, podendo até descredenciar a autoescola.
Fonte:G1 globo
O dono do Centro de Formação de Condutores, Orivaldo Marchi, disse que, provavelmente, houve um problema apenas no computador utilizado por Ahlam. Ele afirmou que ela poderá refazer o teste nesta segunda-feira (17).
Durante a denúncia, Ahlan contou com o apoio da Sociedade Islâmica de São Paulo. “Nós temos que corrigir isso, porque amanhã acontecerá com outras pessoas, com outras religiões e isso em nosso país é crime”, afirmou o representante da comunidade islâmica Sheikh Jihad Hassan Hammadeh.